Dra. Isabella Franco

O ceratocone é uma doença ocular não inflamatória que acomete cerca de 150 mil novos pacientes todos os anos no Brasil.

O que é ceratocone?

É uma doença que acomete a córnea (lente da parte da frente do olho) e que provoca o afinamento progressivo e a protrusão da mesma em forma de cone, devido alterações que enfraquecem a organização e a estrutura do colágeno que está presente na córnea. Esta deformação altera a curvatura da córnea, resultando em visão distorcida e comprometida. Acomete os 2 olhos, mas geralmente um é pior que o outro.

Ele pode estacionar/estabilizar após alguns anos ou progredir/piorar até a formação de cicatrizes causadoras de importante baixa visual.

Imagem mostra córnea normal e córnea com ceratocone (fina e em formato de cone)
Imagem mostra córnea normal e córnea com ceratocone (fina e em formato de cone)

Quem é o médico que faz o diagnóstico e acompanhamento do ceratocone?

Para diagnosticar e acompanhar o ceratocone é necessário consultas regulares com o oftalmologista especialista em córnea e ceratocone, como a Dra Isabella Franco Bastos, (saiba mais sobre a consulta oftalmológica).

A Dra Isabella Franco Bastos atende Av. João Pinheiro, 1180 – Centro, em Uberlândia – MG, tefefone 34-99235-5808. Ela tem mais de 10 anos de experiência: fez Medicina Na Universidade Federal de Uberlândia, especializou-se em Oftalmologia através de residência médica no CEROF -Universidade Federal de Goiás. Além disso, fez especialização em catarata, córnea, lentes de contato e cirurgia refrativa no CEROF -Universidade Federal de Goiás.

Dra Isabella Franco Bastos, oftalmologista especialista em ceratocone
Dra Isabella Franco Bastos, oftalmologista especialista em ceratocone

Quais as causas do ceratocone?

As suas causas exatas ainda não são completamente compreendidas, mas acredita-se que sejam várias associadas:

  • Genéticas: Cerca de 10% dos pacientes com ceratocone têm um histórico familiar da doença, sugerindo uma predisposição hereditária; Anormalidades em certos genes têm sido associadas ao ceratocone.
  • Ambientais: Esfregar ou coçar os olhos excessivamente é fortemente associado ao desenvolvimento e progressão do ceratocone. E o uso prolongado de lentes de contato pode contribuir para o desgaste mecânico da córnea (devido o atrito pode causar cicatrizes e piorar o ceratocone).
  • Condições Sistêmicas: como alergias oculares (pelo fato de coçar os olhos) e doenças do tecido conjuntivo (pelo enfraquecimento da estrutura da córnea) , estão associadas a um risco aumentado de desenvolver ceratocone.
Imagem mostra coçar os olhos: fator de desenvolvimento e de progressão do ceratocone
Coçar os olhos: fator de desenvolvimento e de progressão do ceratocone

Fatores de Progressão da doença

O ceratocone tende a progredir mais rapidamente em algumas pessoas, e vários fatores podem influenciar essa progressão:

  1. Idade: A doença geralmente progride mais rapidamente em crianças, adolescentes e adultos jovens.
  2. História Familiar: histórico familiar de ceratocone pode indicar uma progressão mais rápida.
  3. Comportamento: Esfregar os olhos pode acelerar a progressão da doença.
  4. Comorbidades: alergias e asma podem estar associadas à progressão mais rápida do ceratocone.

É mais comum a progressão em crianças e adolescentes e tende a estabilizar na vida adulta, por volta dos 30 anos, quando a estrutura da córnea se torna naturalmente mais forte/rígida devido à exposição à radiação ultravioleta ao longo dos anos vividos.

Ceratocone e a relação com a idade: pode ter progressão rápida quando mais jovem
Ceratocone e a relação com a idade: pode ter progressão rápida quando mais jovem

Quais os exames para diagnótico e acompanhamento do ceratocone?

Para avaliar a forma e a saúde da córnea, temos os seguintes exames:

  1. Exame na lâmpada de fenda (microscópio): pode ser normal, mas em casos moderados e avançados de ceratocone podem ser observadas estrias de Vogt (estrias no centro da córnea na membrana de Descemet), anel de Fleischer (anel de depóstito de ferro na base do cone) e cicatrizes da córnea (após hidrópsia), além do sinal de Munson (sinal da córnea que empurra a pálpebra inferior) e do reflexo em gota de óleo.
Imagem mostrando os principais sinais do ceratocone mais avançado vistos no exame da lâmpada de fenda, da esquerda para a direita: sinal de Munson, estrias de Vogt, anel de Fleisher, reflexo em gota de óleo
Imagem mostrando os principais sinais do ceratocone mais avançado vistos no exame da lâmpada de fenda, da esquerda para a direita: sinal de Munson, estrias de Vogt, anel de Fleisher, reflexo em gota de óleo

2. Paquimetria Corneana: Mede a espessura da córnea e ajuda a detectar afinamentos característicos do ceratocone.

Exame paquimetria ultrassônica da córnea
Imagem com resultado de um exame de paquimetria corneana mostrando as expessuras corneanas centrais medidas
Resultado de um exame de paquimetria corneana mostrando as expessuras corneanas centrais medidas

3. Ceratometria: Mede a curvatura da córnea e é utilizada para monitorar mudanças na forma corneana.

4. Topografia Corneana: Cria um mapa detalhado da curvatura (ceratometria) da córnea. Foi utilizada por muito tempo para diagnóstico e monitoramento do ceratocone, até o surgimento da tomografia (mais moderna).

Imagem de exame de topografia de córnea normal: curvatura normal e simetria superior e inferior
Exame de topografia de córnea normal: curvatura normal e simetria superior e inferior
Imagem mostra exame de topografia de córnea com ceratocone avançado: curvatura alta e grande assimetria superior e inferior
Exame de topografia de córnea com ceratocone avançado: curvatura alta e grande assimetria superior e inferior

5. Tomografia de Córnea: Fornece imagens tridimensionais da córnea, permitindo uma avaliação mais detalhada do afinamento e da protrusão corneana, conseguindo demonstrar as elevações da parte anterior e posterior da córnea, a espessura corneana e o mapa de curvatura, além do melhor acompanhamento da evolução da doença. As tomografias corneanas principais disponíveis são o PENTACAM e o GALILEI.

Exame de pentacam de córnea normal: ausência de assimetria, curvatura normal, espessura corneana e elevações anterior e posterior normais
Exame de pentacam de córnea normal: ausência de assimetria, curvatura normal, espessura corneana e elevações anterior e posterior normais
Exame de pentacam de córnea com ceratocone inicial: assimetria, curvatura alta, espessura corneana fina, e elevações anterior e posterior alteradas
Exame de pentacam de córnea com ceratocone inicial: assimetria, curvatura alta, espessura corneana fina, e elevações anterior e posterior alteradas
Exame de pentacam de córnea com ceratocone avançado: curvatura muito alta, espessura corneana muito fina, e elevações anterior e posterior muito alteradas
Exame de pentacam de córnea com ceratocone avançado: curvatura muito alta, espessura corneana muito fina, e elevações anterior e posterior muito alteradas
Exame Galilei mostrando ceratocone inicial: assimetria, curvatura alta, espessura corneana fina, e elevações anterior e posterior alteradas
Exame Galilei mostrando ceratocone inicial: assimetria, curvatura alta, espessura corneana fina, e elevações anterior e posterior alteradas

O que é hidrópsia corneana?

Condição oftalmológica caracterizada pela ruptura da membrana de Descemet na córnea (membrana mais interna), resultando em entrada abrupta de humor aquoso para dentro do estroma corneano. Isso leva a um edema (inchaço) corneano significativo e súbito. A hidrópsia corneana é mais frequentemente associada ao ceratocone avançado.

 Sinais e Sintomas

-Visão Embaçada: A visão do paciente se torna subitamente muito mais turva do que o habitual devido ao edema (inchaço) corneano.

-Dor Ocular: Pode haver desconforto ou dor significativa no olho afetado.

-Sensibilidade à Luz (Fotofobia): Os pacientes podem desenvolver uma sensibilidade aumentada à luz.

-Olho Vermelho: A conjuntiva (membrana transparente que cobre a porção branca do olho) pode ficar avermelhada.

-Córnea branca: A córnea (lente anterior do olho) pode ficar subitamente opaca ou esbranquiçada devido ao edema (inchaço).

Imagem mostra córnea direita com hidrópsia: córnea branca (do inchaço), olho vermelho e doloroso e com piora súbita da visão
Imagem mostra córnea direita com hidrópsia: córnea branca (do inchaço), olho vermelho e doloroso e com piora súbita da visão

Diagnóstico

O diagnóstico de hidrópsia corneana é geralmente clínico, baseado nos sinais e sintomas observados pelo médico oftalmologista.

Tratamento

O tratamento da hidrópsia corneana é principalmente conservador, focando na redução dos sintomas e no controle do edema (inchaço) até que a condição se resolva espontaneamente. As opções de tratamento incluem:

-Colírios:

  1. Hiperosmóticos: Como solução salina hipertônica (5%), que ajudam a desidratar o estroma corneano. Os mais conhecidos são: Dimetilpolissiloxane e Hipertonic.
  2. Corticosteróides: Para reduzir a inflamação.
  3. Cicloplégicos: Para aliviar a dor causada pelo espasmo do músculo ciliar do cristalino, como o Tropicamida.

Resolução da hidrópsia

A hidrópsia corneana geralmente se resolve em semanas a meses, com a formação de cicatrizes na membrana de Descemet.

Embora a visão possa melhorar após a resolução do inchaço, muitas vezes permanece comprometida devido à formação de cicatrizes na córnea e na maioria dos casos, o transplante de córnea pode ser necessário para restaurar a transparência corneana e melhorar a visão.

Imagens mostrando cicatrizes de hidrópsia corneana
Imagens mostrando cicatrizes de hidrópsia corneana

Tratamentos do Ceratocone:

Existem várias opções de tratamento para o ceratocone, dependendo do estágio da doença e da gravidade dos sintomas:

1. Óculos e Lentes de Contato

   – Nos estágios iniciais, óculos ou lentes de contato (principalmente as lentes rígidas gás-permeáveis, mas até mesmo as gelatinosas) podem corrigir a visão.

-Nos estágios moderados a avançados, a lente de contato rígida gás permeável ou a lente escleral podem dar boa visão ao paciente, mas os óculos já não permitem boa qualidade visual.

Lentes gelatinosas, rígidas e óculos no tratamento do ceratocone
Lentes gelatinosas, rígidas e óculos no tratamento do ceratocone

É importante que fique claro que uso de óculos e de lentes de contato não vão impedir a piora do ceratocone e o paciente deve sempre manter o acompanhamento de acordo com o que for orientado pela Dra Isabella Franco! O uso de lentes de contato deve ter um acompanhamento rígido, também por estar associado a maior risco de infecções oculares e de cicatrizes na córnea pelo atrito (o que pode piorar o ceratocone devido à piora da visão).

As lentes de contato devem ser adaptadas no paciente mediante um teste criterioso, mesmo aquelas lentes gelatinosas tóricas (com astigmatismo) devem ser avaliadas pelo oftalmologista.

2. Crosslinking de Colágeno Corneano

O que é e pra que?   

É um procedimento minimamente invasivo que fortalece a córnea, aumentando as ligações entre as fibras de colágeno, através da aplicação da vitamina B2 (riboflavina) e de radiação ultravioleta. Ele tem como objetivo estabilizar a córnea e retardar a progressão da doença.

É indicado para pacientes em estágios iniciais ou moderados da doença que estão apresentando piora ou evolução da mesma.

Como é feita a cirurgia?

Após anestesia com colírio, o epitélio (células superficiais) da córnea é retirado, pingamos colírio de vitamina B2 ou riboflavina por alguns minutos até que a córnea esteja repleta deste medicamento e possamos aplicar a radiação ultravioleta por 10 minutos (a Dra Isabella utiliza o protocolo do crosslinking acelerado que atualmente é o mais seguro para o paciente).

Imagem mostra as camadas da córnea (lente da frente do olho): o epitélio é a camada superficial e é retirado no crosslinking para permitir a penetração do colírio de riboflavina que vai interagir com a radiação ultravioleta
Imagem mostra as camadas da córnea (lente da frente do olho): o epitélio é a camada superficial e é retirado no crosslinking para permitir a penetração do colírio de riboflavina que vai interagir com a radiação ultravioleta

A riboflavina existe em 2 concentrações: isoosmolar e hipoosmolar. Em córneas muito finas devemos utilizar a hipoosmolar para aumentar a espessura da córnea com o medicamento e o procedimento ser seguro para as estruturas intraoculares.

Imagem à esquerda mostra o aparelho de crosslinking posicionado sobre o olho do paciente e à direita a imagem do olho recebendo a radiação ultravioleta durante a cirurgia de crosslinking
Imagem à esquerda mostra o aparelho de crosslinking posicionado sobre o olho do paciente e à direita a imagem do olho recebendo a radiação ultravioleta durante a cirurgia de crosslinking
Ilustração mostrando a cirurgia de crosslinking (colírio de riboflavina e radiação ultravioleta) e o que ela faz no tecido corneano: fortalecimento através do aumento das ligações de colágeno para evitar a progressão
Ilustração mostrando a cirurgia de crosslinking (colírio de riboflavina e radiação ultravioleta) e o que ela faz no tecido corneano: fortalecimento através do aumento das ligações de colágeno para evitar a progressão

O paciente tem que ficar internado?

Após o témino do procedimento, o paciente vai pra casa, fica de repouso por 7 dias e usa os colírios e medicações pra dor prescritos.

A recuperação após a cirurgia de crosslinking costuma ser rápida, até o tempo das células do epitélio da córnea se recuperarem, mas são necessários alguns cuidados.

Cuidados pós operatórios

  1. Fazer repouso por 7 dias e se dedicar em pingar os colírios;
  2. Não deitar sobre o olho operado;
  3. Não deixar cair água da torneira ou do chuveiro no olho operado;
  4. Não tomar banho de piscina ou rio até 15 dias após a cirurgia;
  5. Limpar o olho apenas com ampola de soro fisiológico descartável;
  6. Pingar os colírios de acordo com a receita da Dra Isabella;
  7. Evitar de tomar sol por pelo menos 3 meses após a cirurgia (se precisar sair ao sol, usar boné, óculos com proteção de radiação ultravioleta) para evitar cicatrizes na córnea;
  8. Comparecer nos retornos de avaliação pós operatória conforme orientado pela Dra Isabella Franco;
  9. Seguir os passos acima para o melhor resultado cirúrgico possível!

Após o crosslinking posso parar de acompanhar?

Após o crosslinking o paciente deve manter o acompanhamento do ceratocone normalmente, com exames de tomografia de córnea e consultas regulares de acordo com a orientação da Dra Isabella, pois mesmo após a cirurgia pode haver progressão/piora da doença, podendo ser necessário repetir o crosslinking.

Leia mais sobre crosslinking aqui.

3. Anéis Intracorneanos (Anéis de Ferrara)

O que são?

Segmentos semicirculares de plástico que são inseridos na córnea para aplanar sua curvatura e melhorar a visão.

Quando são indicados?

São indicados para pacientes com ceratocone moderado a severo que apresentam visão ruim apenas com óculos e que não respondem bem às lentes de contato (não conseguem se adaptar ou comprar as lentes anualmente).

Imagem de 2 segmentos de anel logo acima de uma córnea com ceratocone (fina e cônica)
Imagem de 2 segmentos de anel logo acima de uma córnea com ceratocone (fina e cônica)

Como é feita a cirurgia?

É criado um túnel na córnea do paciente para ser inserido o anel na tentativa de aplanar a córnea do paciente e reduzir a curvatura, melhorando a visão.

Esse túnel pode ser feito de 2 formas:

  1. Técnica manual: o túnel é criado pela Dra Isabella através dos instrumentos adequados e após o anel é inserido. É uma técnica segura, mais barata, mas menos previsível do que a técnica do laser de fentossegundo.
  2. Técnica a laser de fentosegundo: o laser de fentossegundo cria o túnel na córnea, onde a Dra Isabella vai inserir o anel. É uma técnica segura e previsível, mas mais cara pelo uso do laser.
Imagem da esquerda mostra a técnica manual de criação do túnel do anel e colocação do mesmo e a imagem da direita mostra o laser de fentossegundo criando o túnel do anel (espessura e profundidade bastante precisas) onde vai ser inserido manualmente o anel
Imagem da esquerda mostra a técnica manual de criação do túnel do anel e colocação do mesmo e a imagem da direita mostra o laser de fentossegundo criando o túnel do anel (espessura e profundidade bastante precisas) onde vai ser inserido manualmente o anel

O paciente tem que ficar internado?

Após o témino do procedimento, o paciente vai pra casa, fica de repouso por 7 dias e usa os colírios e medicações pra dor prescritos.

A recuperação após a cirurgia de anel costuma ser rápida, mas são necessários alguns cuidados.

Cuidados pós operatórios

  1. Fazer repouso por 7 dias e se dedicar em pingar os colírios;
  2. Não deitar sobre o olho operado;
  3. Não deixar cair água da torneira ou do chuveiro no olho operado;
  4. Não tomar banho de piscina ou rio até 15 dias após a cirurgia;
  5. Limpar o olho apenas com ampola de soro fisiológico descartável;
  6. Pingar os colírios de acordo com a receita da Dra Isabella;
  7. Comparecer nos retornos de avaliação pós operatória conforme orientado pela Dra Isabella Franco;
  8. Seguir os passos acima para o melhor resultado cirúrgico possível!

Após a cirurgia de anel posso parar de acompanhar?

Após o implante de anel corneano o paciente deve manter o acompanhamento do ceratocone normalmente, com exames de tomografia de córnea e consultas regulares de acordo com a orientação da Dra Isabella, pois mesmo após a cirurgia pode haver progressão/piora da doença, podendo ser necessário fazer o crosslinking.

Após a cirurgia de anel vou precisar usar óculos ou lentes de contato?

O objetivo do implante do anel é reduzir a curvatura da córnea e melhorar a qualidade de visão, provavelmente com uma redução do grau. Porém, não é uma garantia de que o paciente não vai necessitar de óculos ou lentes de contato.

4.Transplante de Córnea (Ceratoplastia)

O que é?

Procedimento cirúrgico em que a córnea danificada é substituída por uma córnea doadora saudável.

Quando é indicado?

Indicado para restaurar a visão em casos avançados de ceratocone onde outros tratamentos falharam ou quando há cicatriz.

 Tipos de transplante de córnea

1.Transplante penetrante (substituição total da córnea):

Toda a espessura da córnea do paciente é substituída pela córnea de um doador.

É a técnica mais usada quando tem cicatriz na córnea, numa profundidade em que não é possível substituir apenas uma parcela da mesma.

Outras indicações de transplante penetrante, além de ceratocone avançado: cicatrizes corneanas profundas, edema (inchaço) corneano grave (como na ceratopatia bolhosa) e distrofias corneanas que afetam todas as camadas da córnea.

Imagem mostrando que no transplante penetrante é retirada a parte central da córnea doadora , em sua espessura total e costurada (suturada) na córnea receptora
Imagem mostrando que no transplante penetrante é retirada a parte central da córnea doadora , em sua espessura total e costurada (suturada) na córnea receptora
2.Transplante Lamelar (substituição parcial):

Somente a parte da córnea que se encontra doente é substituída

2.1. TRANSPLANTE LAMELAR ANTERIOR:

Transplante da camada anterior da córnea e pode ser supercial (FALK) ou profundo (DALK).

2.1.a)Transplante Lamelar Anterior Profundo (DALK): é o lamelar mais feito no ceratocone, onde se retira quase toda a espessura anterior da córnea doente, deixando apenas a membrana de Descemet e o endotélio (camadas mais internas) e se costura a córnea doadora sobre esta membrana. A preparação da córnea pode ser feita manualmente.

Outras indicações de DALK além do ceratocone: cicatrizes corneanas superficiais, distrofias (doenças genéticas que acometem a córnea e causam opacidades) e degenerações (condições não inflamatórias que resultam em opacificação corneana) estromais que não afetam o endotélio.

Benefícios do DALK: apesar de ser uma técnica demorada e relativamente difícil, reduz muito a chance de rejeição do transplante, sendo um benefício importante em relação ao transplante penetrante.

Imagem de DALK: espessura total da córnea doadora é suturada na córnea receptora onde restaram apenas as camadas mais profundas (Descemet e endotélio)
Imagem de DALK: espessura total da córnea doadora é suturada(costurada) na córnea receptora onde restaram apenas as camadas mais profundas (Descemet e endotélio)

2.1.b)Transplante Lamelar Anterior Profundo com uso de laser de Femtosegundo (FALK): se retira espessura anterior da córnea doente e da córnea receptora com o laser de femtosegundo e se costura a córnea doadora na receptora. Pode ser realizado em várias espessuras e profundidades. Nesse caso, o valor da cirurgia se torna mais caro pelo uso de laser, mas mais rápido pois o laser leva alguns segundos para confeccionar as lamelas de córnea. Da mesma forma que o DALK, existe menor chance de rejeição do transplante, pois mantém-se parte da córnea receptora.

Imagem de Transplante Lamelar Anterior Profundo com uso de laser de Femtosegundo (FALK)
Imagem de Transplante Lamelar Anterior Profundo com uso de laser de Femtosegundo (FALK)
2.2. TRANSPLANTE LAMELAR POSTERIOR:

Transplante das camadas posteriores da córnea. Tem como as principais indicações: doenças do endotélio corneano como distrofia de Fuchs e falência endotelial após cirurgia de catarata em quadros iniciais e que ainda não possuem cicatrizes importantes.

2.2.a) DSAEK (Descemet Stripping Automated Endothelial Keratoplasty): Inclui a remoção da camada de Descemet e do endotélio da córnea receptora, substituídos por um enxerto contendo estroma posterior, Descemet e endotélio, confeccionado através de um microcerátomo (lâmina de laser). Por conter parte de estroma, tem um resultado visual um pouco pior do que o que o DMEK, mas a técnica cirúrgica é mais simples.

2.2.b) DSEK (Descemet Stripping Endothelial Keratoplasty): Inclui a remoção da camada de Descemet e do endotélio da córnea receptora, substituídos por um enxerto contendo estroma posterior, Descemet e endotélio, confeccionado manualmente. Por conter parte de estroma, tem um resultado visual um pouco pior do que o que o DMEK, mas a técnica cirúrgica é mais simples.

    2.2.c) DMEK (Descemet Membrane Endothelial Keratoplasty): Envolve apenas a substituição da membrana de Descemet e do endotélio. Uma técnica cirúrgica moderna e tecnicamente mais difícil, porém com um resultado visual melhor e com menor chance de rejeição do transplante.

Imagem ilustrativa dos transplantes lamelares posteriores: à esquerda o DSAEK/DSEK com córnea doadora contendo parte de estroma, Descemet e endotélio e à direita o DMEK com córnea doadora contendo apenas Descemet e endotélio
Imagem ilustrativa dos transplantes lamelares posteriores: à esquerda o DSAEK/DSEK com córnea doadora contendo parte de estroma, Descemet e endotélio e à direita o DMEK com córnea doadora contendo apenas Descemet e endotélio

Conclusão

O ceratocone é uma condição progressiva que requer diagnóstico precoce e acompanhamento regular para controlar sua progressão e preservar a visão. Com a combinação de exames diagnósticos avançados e opções de tratamento inovadoras, muitos pacientes conseguem gerenciar eficazmente a condição e manter uma boa qualidade de vida.

Saiba mais sobre ceratocone aqui.

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